domingo, 24 de fevereiro de 2008

O ponto "G"

Um amigo disse-me hoje que iria amanhã com a mulher assistir à eco-grafia que ela vai fazer: está grávida do segundo filho. Informou-me das duas coisas, eco-grafia e gravidez, com um especial sorriso de satisfação estampado no rosto, impossível de negar. 
Fiquei muito contente pela noticia do rebento, e desejei boa sorte para o exame, que não percebi porque o deixava tão feliz (ele até já sabe que é um rapaz, é a segunda eco-grafia). 
Foi só agora ao ler o Público que acho que descobri a razão de tanta alegria. 
Segundo o Público, cientistas afirmam ter descoberto o ponto "G" feminino graças às eco-grafias. Segundo o mesmo artigo, os cientistas ainda não conseguiram apurar se todas as mulheres possuem este "ponto", mas tudo aponta para que algumas sejam mais felizardas do que outras, não podendo no entanto ser ainda avançado qualquer número.  É lógico que depois de uma noticia bombástica como esta qualquer homem que se preze quererá acompanhar a sua cara metade ao mais estranho dos exames (barrar gel do cabelo na barriga e depois fazer massagens com um scanner de supermercado parece-me, além de estranho, extremamente perverso, especialmente se tivermos em conta que o resultado são umas manchas desfocadas que o técnico diz serem dedos e perninhas, até a pilinha, e que deixa os pais a chorar de felicidade pelo filho que está ali - no écran do computador).
É obvio que os homens mais sensatos não vão querer acompanhar o exame na mesma, agora com ainda maiores razões. É que se na vida sexual nem sempre tudo corre bem, pode-se argumentar que a culpa é da ausência do já referido ponto, enquanto que depois de provada a existência deste é difícil desculpar a inoperancia para os jogos amorosos. 
Para os que ainda procuram com que partilhar uma vida inteira, ou pelo menos 1 ou 2 horas no banco de trás do carro numa noite de verão, o problema é convencer a parceira a fazer o exame antes de descobrir que à sua falta de operancia se junta alguma falta de sensibilidade "interior". Isto é especialmente difícil quando entre o conhecer e o aprofundar de uma relação não distam mais do que 2h, e normalmente em horários que as clinicas estão encerradas.
Assim, e enquanto os iluminados cientistas que descobriram mais um intrincado problema para os homens resolverem não criarem também uma forma de sinalizar as mulheres "com" e as mulheres "sem", o ideal será mesmo que os homens "sem" hipótese de descobrir a verdade se vão habituando à boa e velha ignorancia, que tão bons resultados deu no passado e que tão bons resultados dará no futuro. Isto é tão mais um conselho útil se tivermos em conta que apesar de existirem muitas mais mulheres do que homens (7 para 1 pelo que sei) continuam a ser elas que nos escolhem a nós e por isso o ideal mesmo é talvez não nos armarmos em esquisitos.   


Sem comentários: